Contexto
Nossa vida pessoal e profissional é recheada de escolhas e tomadas de decisão, desde a hora que acordamos começamos a tomar decisões: faço exercício agora ou a noite quando voltar do escritório?; tomo leite, suco de laranja ou os dois?; Vou trabalhar de saia ou calça comprida: e assim o dia avança e continuamos a tomar decisões. As decisões, desde as mais simples até as mais complexas podem ter impactos importantes nas condições que vamos conquistando durante a vida. Se as minhas pequenas decisões e escolhas alimentares diárias, forem por alimentos repletos de açúcar e gordura, em breve vou conquistar um corpo acima do peso. As decisões que tomamos hoje, trarão consequências para o futuro. Sem perceber podemos ter alguns objetivos definidos e fazer escolhas que estão nos levando para longe desse mesmo objetivo. Por exemplo, o jovem que quer cursar medicina em uma universidade pública e ao invés de dedicar o seu ano ao estudo, escolhe sair com amigos e frequentar baladas. Suas decisões muito provavelmente não o levarão em direção a conquistar seu objetivo.
Processo decisório
Tomar decisões consiste em fazer escolhas por meio dos nossos recursos cognitivos. Frente a uma determinada situação, precisamos escolher que caminho tomar. Muitas vezes precisamos escolher entre várias alternativas disponíveis, levando-se em conta que cada uma delas pode trazer consequências diferentes.
Dois modelos diferentes
As primeiras teorias sobre a tomada de decisões foram desenvolvidas por economistas que tinham os pressupostos de que as pessoas que tomam decisão conseguem ter todas as informações sobre uma situação e fazer escolhas racionais durante o processo decisório.
O modelo racional de tomada de decisões leva em conta as perguntas abaixo e com base nesse tipo de análise toma-se a decisão:
- qual é o problema?
- quais são as alternativas para solução?
- quais a vantagens de cada alternativa?
- quais são os custos.
Mesmo sendo antigo esse é um modelo que se mantem sendo usado em muitas teorias de economia.
Por outro lado, temos os modelos que levam em consideração a utilidade subjetiva esperada, que atribui mais peso aos aspectos da estrutura psicológica de quem toma decisões. Segundo esse modelo o ser humano decide procurando aumentar o prazer e diminuir a dor.
A diferença entre os dois modelos é que o primeiro supostamente leva em conta critérios objetivos e o segundo, pelo contrário, critérios subjetivos.
Os cientistas perceberam que o processo de tomada de decisões é complexo e não pode ser explicado totalmente por nenhum dos sois modelos.
Profusão de Informações e o cérebro
Nosso mundo é repleto de informações e nosso cérebro tem uma capacidade limitada de processamento, portanto na hora de tomar uma decisão é praticamente impossível avaliar todas as informações disponíveis. Para funcionarmos sem sobrecarga precisamos criar um sistema de filtragem que permita que nosso cérebro trabalhe com os recursos disponíveis. As heurísticas são atalhos mentais que permitem que trabalhemos com a verificação de uma quantidade menor de informações. Se por um lado isso é positivo, pois reduz o custo envolvido no processamento cognitivo, por outro aumenta a probabilidade de erros no processo de tomada de decisão.
Heurísticas
A definição de Heurística de Daniel Kahneman, no seu livro Rápido e Devagar é: procedimento simples que ajuda a encontrar respostas adequadas, ainda que geralmente imperfeitas, para perguntas difíceis.
A heurística de satisfação foi uma das primeiras descritas por pesquisadores, ela consiste na análise de algumas opções individuais e acabamos escolhendo a primeira opção que seja aceitável minimamente. Essa estratégia pode ser adequada para decisões que tragam pouco impacto na vida, mais pode ser perigosa em questões importantes como por exemplo, que casa comprar.
A eliminação por aspectos, é uma heurística que usamos quando temos muitas opções para analisar versus o tempo disponível para isso. Acabamos definido critérios para eliminar algumas opções. Se por exemplo, você quiser comprar uma máquina de lavar roupa, um dos critérios pode ser o preço. Só está disposto a investir até R$ 1000,00, sendo assim todas as opções que custem acima desse valor serão eliminadas.
A heurística de disponibilidade, significa que podemos julgar a probabilidade de um evento acontecer em função da facilidade com que conseguimos lembrar de exemplos ocorridos. Por exemplo, um indivíduo pode calcular a probabilidade de acontecer um desastre de avião, em função do número de exemplos que se lembrar de acidentes passados.
Na heurística do afeto, as pessoas permitem que suas simpatias e antipatias afetem suas opiniões sobre as situações e pessoas. Um bom exemplo dessa heurística é, caso você adore andar de moto, provavelmente irá subestimar a probabilidade de sofrer um acidente.
Essas são apenas algumas das heurísticas que utilizamos para facilitar o trabalho cognitivo de nosso cérebro.
Saber que nosso cérebro utiliza esses atalhos para minimizar o investimento de energia e maximizar o seu funcionamento, é o caminho para reduzir o impacto negativo das heurísticas no processo de tomada de decisão. Essa consciência pode contribuir para que acionemos conscientemente uma forma de pensar mais racional, atenta, detalhada e assim possamos decidir quando vale a pena investir mais energia para minimizar a probabilidade de errar.
Leia mais sobre esse tema e conheça os dois sistemas de pensamento usados para tomada de decisões. Click aqui.
Bibliografia:
Kahneman, Daniel – Rápido e Devagar- Objetiva- 2012
Sternberg J., Robert e Sternberg, Karin – Psicologia Cognitiva – Cengage – 2017
Macedo C. Elizeu e Boggio, Paulo Sérgio – Neurociências e Psicologia Aplicadas à vida cotidiana – Mackenzie e Hogrefe -2016
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Yara Leal
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